quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Aniversário da Revolução Farroupilha

Parabéns ao Rio Grande!
20 de Setembro – Dia do Gaucho!

A Guerra dos Farrapos


A Guerra  dos Farrapos foi forjada dentro das Lojas Maçônicas Carbonárias, cujo trabalho sobrepujou o de que resultou a aclamação da Independência e da República.

Enquanto que para o movimento libertário independente do jugo de Portugal a Maçonaria Carbonária trabalha ocultamente, como arma ainda desconhecida, no Rio Grande, a Maçonaria do Calhau era severamente controlada por maçons ligados à monarquia, ao Imperador, e entre tantos o próprio José Bonifácio, que apesar de ser também da linha Carbonária, comungava com os interesses do Império.

Para compreender o movimento “farrapo” é indispensável a leitura da “Grande Revolução” do insigne Alfredo Varela e do Juiz de Direito e Maçom, Rizzardo da Camino, o que naturalmente, não comportam um resumo.

No entanto, darei aqui apenas algumas notas porque o objetivo deste artigo não é dissertar a respeito da História do Pátria, mas sim demonstrar o trabalho da Maçonaria Carbonária e do Calhau, suas contribuições valiosas para a total redenção do Brasil.

Parecerá aos maçons do calhau, que sempre tiveram seu aprendizado distorcido por orgulho e vaidade de alguns mestres,  muito estranho, mas a idéia do separatismo, a organização intelectual e o seu fomento, coube a um estrangeiro Italiano, o conde Tito Lívio Zambeccari, natural  de Bolonha, implantar a Grande Revolução.

Zambeccari pertencia à Maçonaria Carbonária que tanta luta desenvolveu em solo italiano pela liberdade da Pátria, instituição revolucionária mesclada entre Maçonaria e Política, essencialmente cristã, mas anti-clerical; desenvolveu aqui um sistema análogo, fundando Lojas (Vendas), que mantinham sigilo absoluto e associavam pequenos grupos, reunindo-se em sessões ritualísticas maçônicas, nos bosques, florestas, galpões, beira rios, ilhas, locais abandonados, e escritórios dos maçons simpatizantes.

Paralelamente, começaram a surgir “grêmios” a fim de serem atraídos os que não fossem maçons. Célebres foram: “Sociedade do Continentino” de Jaguarão e a “Maribondina”. Uma das características dos Carbonários fora de que o “grupo” que fazia parte de uma Venda ignorasse totalmente o nome dos demais grupos, a fim de garantir o êxito dentro do absoluto sigilo.

As Lojas Maçônicas (Vendas Carbonárias), das cidades de Rio Grande e Jaguarão, sendo uma delas a “Filantropia e Liberdade”, suportaram acusações frontais de serem centros sediciosos da Carbonária.

Zambeccari foi o cérebro da Grande Revolução permanecendo no Brasil durante 18 anos, posto, evidentemente, os ideais patrióticos estivessem em mãos de brasileiros insignes como o emérito Maçom da Alvenaria, e Coronel Bento Gonçalves da Silva.

Já se ia a luta sangrenta e Bento Gonçalves preso, quando chegaram ao Brasil dois fugitivos da costa da ligúria (Itália), os Carbonários Luiggi Rossetti e Giuseppe Garibaldi, comprometidos com um levante republicano, isso em 1836. O primeiro passo dado foi o de visitarem Zambeccari, preso junto com Bento Gonçalves, e dessa entrevista resultou o ingresso dos recém chegados – Rossetti e Garibaldi na Grande Revolução. Armado o “cutter” “Mazzini” (Mazzini: “Grão Mestre Universal da Carbonária”), constituía-se a primeira “armada” Farroupilha.

O “Mazzini” mudou de nome para o de “Farroupilha” e o corsário de 20 toneladas e 14 homens de equipagem, os Carbonários: João Gabarron, capitão; José Garibaldi, 1º tenente; Luiz Carniglia, contramestre; Luiz Cália, 2º contramestre; Pasqual Lodola, armeiro; João Baptista, capitão de armas; Alexandre Petrina, dispenseiro; Antônio Chiama, João Sigorra, Baptista Elena, Manuel Francisco das Neves, José Maria Rossetti, Maudão Garibaldi, marujos.

Dizer da atuação do “herói dos dois Mundos”, de sua bravura e capacidade é tarefa para os historiadores, mas dizer de seus ideais maçônicos, trazidos da Itália e cultivados no Brasil, é tarefa dos nossos Carbonários.


Importante ressaltar, que a Carbonária portuguesa responsável pela revolução de 1820, verificada na cidade do Porto, também estivera presente nas reuniões que decidiu os rumos da "Guerra dos Farrapos", à quem deveu-se muito de parte da Carbonária Riograndense. 


Vale reportar, que a primeira "Sociedade Secreta" a aportar no Rio Grande do Sul, foi a Maçonaria Carbonária dos italianos como também em Minas Gerais, Bahía e Piauí, segundo nos informam estudos da Universidade de São Paulo e a Universidade do Rio Grande do Sul, enquanto que no Rio de Janeiro, foi de grande influência a Maçonaria Carbonária portuguesa, através do Apostulado dos Nobres Cavaleiros de Santa Cruz, uma Carbonária nos moldes da europa e que teve como seu Grão Mestre, nada mais nada menos do que Dom Pedro I, José Bonifácio, Joaquim do Ledo, entre outros proeminentes maçons republicanos.

Ainda hoje existem Lojas e Vendas com o nome distintivo de “Garibaldi” em homenagem ao insigne Maçom Carbonário, à exemplo das duas primeiras Vendas Carbonárias “Giuseppe Garibaldi” n° 1 em Campo Grande, no Estado do Mato Grosso do Sul e a n° 2, no Estado do Paraná. Não se pode esquecer também, a Venda Carbonária “Anita Garibaldi” n° 3, também no mesmo Estado, destinada às “Jardineiras”.

Os historiadores não podem esconder a participação direta da Maçonaria Carbonária em todos os feitos históricos, embora o façam com muita timidez e receio de censura de parte da Maçonaria do Calhau, que até bem pouco tempo, avocava para si, tão sómente para si, os louros dos grandes feitos maçônicos ocorridos no Brasil e no mundo.

Por fim, importante destacar que o brasão das armas do Rio Grande do Sul e a sua bandeira, foram criação do exímio também desenhista, conde Tito Lívio Zambeccari, que deixou implícito no seu simbolismo a união das duas maçonarias nessa batalha de dez anos – Maçonaria Carbonária e Maçonaria da Pedra (vermelha), contra a Maçonaria Azul, aquela que é monárquica e sempre esteve ao lado do Rei.


A trilogia carbonária, é conhecida como "LIBERDADE, IGUALDADE E HUMANIDADE!"

Fonte: 1) Introdução à Maçonaria – Doutrina, História e Filosofia, de Rizzardo da Camino33.´.   2) Bandeiras que contam Histórias – João Guilherme C. Ribeiro 3) Epopéia Farroupilha e a Maçonaria Riograndense – Antonio César Celente 4) Os Perjuros e Traidores da Maçonaria – Walmir Battu (no prelo), e 5) Os Farrapos - História Gaucha - RBS, entre outros.

6 comentários:

  1. Eu não sabia o quão importante foi a Maçonaria Carbonária, diante da Guerra dos Farrapos.

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  2. Ótima reportagem, meu sincero parabéns ao portador desta informação, afinal é sempre bom conhecer a verdadeira historia da guerra dos Farrapos, ja que no seriado em que a globo exibiu se não me falha a memoria a uns 3 anos atrás nada foi comentado sobre a participação da Maçonaria Carbonária na referida guerra acima citada.

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  3. Caríssima Tereza:
    Sim, foi mencionado uma única vez num dado momento em que Luiggi Rossetti chamava a atenção de Giuseppe Garibaldi por suas aventuras amorosas, lembrando-o de que ele era um "Carbonário" e não poderia prescindir da sua responsabilidade e respeito para com as mulheres e a causa que abraçavam naquela ocasião.
    Obrigado pelo seu comentário, sempre preciso e oportuno.
    Um beijo em seu coração.
    Walmir Battu.

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  4. Caro Bom Primo, como já havíamos comentado anteriormente, sua peça é de lavra muito impressionante e importante. É uma pena que as escolas deixem de ensinar às nossas crianças os pormenores de nossa história.
    Parabéns pelo artigo muito bem escrito!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Meu conhecimento em História é pequeno, porém, posso lhe garantir que nunca ouvi falar em maçonaria na escola, nem na minha época de estudante e nem de meus filhos, que sempre os acompanhei nas lições.
    Fiquei impressionada e bem informada!
    Bela matéria, parabéns!

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